Por Eloi Zanetti
- “Prefiro alguém que me diga claramente o que tenho a fazer do que aquele que me dá sugestões indiretas. Quero ordens assim: Mário, faça tal coisa! Mário vá para a direita! Mário, vire à esquerda!’ Gosto de que me mandem, prefiro isso a ouvir insinuações pouco eficientes.” - comentou um amigo em mesa de bar, causando surpresa geral. E ele tem razão, pois uma ordem direta, incisiva e clara poupa tempo, facilita a compreensão, define responsabilidades e o prazo de execução.
Sócrates dizia que existem as pessoas que nasceram para mandar e outras para obedecer. Se você é daqueles que nasceu para mandar não perca tempo, nem medo - assuma o comando e mande -, pois quando mandamos fazemos um favor para aqueles que nasceram para obedecer. Eles preferem receber uma ordem a ter de pensar sobre as coisas a serem feitas.
As boas maneiras confundem as noções de autoridade, pensamos que o mando direto não é polido e que temos de pedir implorando pela a execução das tarefas. Nada mais falso, a maior parte das pessoas precisa de orientação e comando bem explícito. Por isso, não peça, mande. O que não o desobriga do pedir com bons modos, do faça-me-o-favor e do agradecimento depois da tarefa feita.
Dada a ordem cuide para que ela seja cumprida, caso contrário você perderá a força de comando. Gente tipo mal mandada ou lombo liso” existe em todos os lugares. Se precisar, chame a atenção em particular e dê mais uma chance, se ela não se corrigir, mande embora. Quando você pensa em despedir alguém está no mínimo dois meses atrasado.
Vejo debates e reuniões perderem o rumo porque entre pessoas que não se conhecem, fica aquele ar de “quem vai coordenar isto?” Se você observar que ninguém é o comandante natural, assuma o comando e faça um favor para todos - coordene a reunião. A carência da autoridade e do mando está nos levando às situações caóticas, faltam comandos disciplinares nas escolas, na polícia, na política, nas empresas e principalmente nas famílias. Pais precisam comandar e filhos a obedecer; tudo dentro do bom senso.
Outros fatores entram em conta: autoridade oficial, moral, liderança, experiência, credibilidade e uma característica que esquecemos sempre – sabedoria e astúcia no comando. Uma vez o imperador romano Augusto estava prestes a enfrentar uma rebelião entre os seus comandantes. Ele chegou à barraca onde todos estavam reunidos, ouviu de fora o burburinho, entrou e imediatamente disse em voz alta e imperativa: “Todos sentados!” Os generais sentaram-se e ele coordenou a reunião em bom termo. Mais tarde explicou: “Em pé eles teriam mais força de conjunto, sentados eu os fragmentei.” Isto é astúcia de comando.
Mas cuidado, comandar é diferente de querer controlar os outros. Pessoas podem ser mandadas, nunca controladas. Isto está fora do seu domínio e se tentar pode se aborrecer muito. É aqui que muita gente confunde a autoridade do mando com a intervenção na vida alheia e se dá mal como chefe.
O maior de todos os mandos é aquele que a gente faz sobre nós mesmos. Principalmente o exercício da autoridade sobre as opiniões que emitimos. Certo é o ditado: Sou dono do meu silêncio e escravo das minhas palavras.
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